A História do Amor Mais Antigo

domingo, 25 de dezembro de 2011

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Na época em que tudo era treva, havia um planeta que era escuro e triste. Era jovem. Dentro dele não havia sombra, porque sequer havia luz para que alguma sombra pudesse surgir. Ele não conhecia a beleza, pois não podia vê-la dentro de si, e o caos de sua superfície não lho permitia enxergar as cores do universo.

Em tempo: Ele tinha uma família.

Seu pai era imenso, e quente. Mas não o acalentava, meramente o mantinha vivo, e ativo. Seus irmãos eram muitos, de diversas idades e tamanhos magníficos. Mas ele não os conhecia. Giravam todos ao redor do pai. O planeta escuro sabia que havia outros, mas sentia-se sempre só.

Como sofriam os outros, sem saber o que fazer.

Pobre planeta. Dentro dele havia um interminável caos. Apenas calor e violência. Havia vida, mas a vida era diferente. Havia energias, e espíritos, de formas e tamanhos incalculáveis.

Seus irmãos eram grandes, pequenos, todos tinham muitas riquezas em si, sem tanta variedade de formas e cores, mas viviam bem deste modo. E apesar de viverem bem, lamentavam que não havia nada que pudessem fazer para mudar o sofrimento do planeta escuro. E ele não podia entender como poderiam os outros se sentir, pois ele próprio não era capaz de entender a si mesmo.

O pai, tão radiante que era, teve uma idéia: dar-lhe companhia. Quem sabe uma companhia não lhe faria mudar. Eis o que fez: com toda a sua grandeza, atraiu um cometa imenso, com muito gelo, para si mesmo e, no momento exato, o planeta Escuro acabaria por acidentalmente interceptá-lo.

Eis o ocorrido: o cometa se chocou com o planeta escuro, e separou dele uma parte, viva, e alva. O gelo do cometa tornara-se um vapor cruel e triste dentro dentro do planeta, mas a outra metade, pequena, esfriou. Toda a violência e caos do planeta escuro que havia dentro dela cessara, e ela o admirou. Como era grandioso!

Ela parou numa distancia que pudesse não causar mal, mas ainda, que sua gravidade lhe pudesse fazer carícias. E foi o que aconteceu. Ela ergueu todo o vapor que havia dentro dele, e fez chuva forte. Chuva intensa e incessante. Muito fogo se apagou, e a poeira e fumaça que lhe cobriam toda a superfície se haviam tornado areia e pó no solo.

Pela primeira vez o calor de seu pai que lhe acalentava a pele escura. E as águas evaporaram-se lentamente para formar nuvens. Quando veio a noite, ele descobriu que uma parte de seu próprio corpo e de seu próprio espírito estava ali, olhando calmamente para ele. Serena e branca. Ela lhe ajudou a ganhar novas cores, essas cores preenchiam formas, e a vida que havia ali ganhou beleza.

O Planeta escuro ficou azul. Verde. Marrom, branco, rosa, preto, vermelho, amarelo, e outras cores que olhos não são capazes de perceber.

Amam-se até os dias de hoje. Há quem diga que giram todos em torno do sol, mas se começar a observar o universo pela amante branca, assim como a Terra, gira toda a galáxia em torno da Lua.


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Tarde

sábado, 10 de dezembro de 2011

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Cheguei tarde, sempre chego.

A refeição que eu queria já estava comida.

Chego tarde. Aquela roupa que eu vi já não está mais na loja. Outro veste.

Tarde novamente. Alguém chegou primeiro, e o beijo que eu sonhei adoçava a vida de outro.

To na área!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

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Eu sei que tudo o que eu sei basicamente descobri que já conhecia antes,

porque nada passou a existir comigo neste mundo que já fluía.

O mundo já girava, e eu caí aqui em meio a essa inércia.

Já cheguei movendo as pernas. Para frente,

hora essa, pra onde mais?

To na área!

No fim da estrada há um penhasco!

quarta-feira, 30 de março de 2011

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No fim da estrada há um penhasco!
Sei do penhasco, não o temo.
Mas até este penhasco, Ah, meu Deus,
Quantas maravilhas.

Ontem passei por esta mesma estrada,
Que lindeza de se ver,
Dois filhos que derrubavam o pai no chão.
Os três que riam.
Que riso! Ah, era lindo.
Ficou lá atrás.

E chovera na estrada.
Caí, me machuquei.
Chorei de dor, tamanha que era.
Gritei!, minha mãe correu até mim.
Me beijou.
Ela está la atrás. Na estrada.

Hoje, meu amor deixou a estrada.
Ai, que esta estrada não lhe mostrara as belezas que me exibe.
Ou não. Quem sabe seus olhos foram cegados pela vida.
Esta flor que vem. Ela vem.
Que linda, ficou para trás.
Não vou esquecê-la.

No fim da estrada há um penhasco, vejo-o!
Posso desviar. Mas o que me faria de mal?
Fora este o meu caminho. Ah, eu sempre soube.
Posso ver, há uma cachoeira de águas brilhantes.
No fundo está minha mãe. E meu amor.
Olhe só, os tantos que me haviam fugido a memória.

No fim da estrada há um penhasco.
Bendito penhasco. Prêmio de minha vida.
Meus pés marcaram o caminho por onde andei:
Saberão me encontrar!
Pois que no fim de tudo há o penhasco:
Sigo aqui.

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