As pessoas se vendem por tão pouco, e se admiram com o que lhe parece muito, quando nada mais é do que a sobra de alguém.
Não estou à venda. Mas já não sei mais se isso é bom ou ruim. Só sei que é difícil.
Eu não posso escolher. Tenho que me submeter a ser uma presa. Então não quero.
Eu acho que muitas pessoas me amam. Mas como saber. É difícil. O quanto a gente importa?
Não quero viver pelo dinheiro. Ou para o dinheiro. Eu quero ser livre. Mas como isso é possível?
Eu tenho medo do futuro. Nunca tive, até hoje, mas parece que tudo mudou.
Então não posso ser feliz. É o que a vida me mostra. Não é relevante o que eu sou ou faço, mas o que eu posso ter se me sujeitar a viver como o mundo me propõe.
O que será que a vida quer me dizer com isso?
Ela quer que eu acredite nisso, ou quer que eu entenda alguma outra coisa? Se for para entender outra coisa, o que seria? Que não posso desistir?
Indiferente. Nunca desisti até hoje. Tenho 23 anos. Eu sei o que eu quero para o meu futuro, e sei o que eu sinto para o meu futuro. E dispor da minha integri9dade nunca foi uma meta. Não será apartir de hoje também. Então como eu prosseguirei?
Enjoei do mundo, da vida, e até das pessoas. Não pretendo tomar nenhuma atitude radical. Mas tenho que admitir pra mim mesmo que o mundo agora é preto e branco. Preto, branco e sem música.
Se alguém ler isso, Feliz Natal.
Alex Pedro
Quarta-feita, 23 de dezembro de 2009. 19:27
Segunda-feira, 17 de agosto de 2009, 12 horas e 30 minutos.
Quando era criança, aos doze anos, lembro-me de ter o almoço do dia dez de fevereiro de 1998 interrompido pela chegada abrupta e desolada de minha avó Adelaide, que dizia ter recebido a ligação de um hospital chamando-nos para ver meu avô Antônio. O dia seguiu normalmente, e eu fui para a escola. No meio da aula de inglês da professora Geovanina a porta se abriu, e Dona Penha, inspetora de alunos, me chamou. Disse que minha outra avó, Angelina, estava lá para me buscar. Fiquei feliz por não ter que ficar até o final do dia na escola. Quando cheguei em casa ela me disse que meu avô tinha morrido. Não me lembro da sensação, mas me lembro que foi horrível, e que fiquei em silêncio por um segundo antes de traduzir as palavras para entender o que aquilo significava. Para que eu não ficasse sozinho, ela me levou na casa do meu tio Carlos, e lá estava a cunhada dele, Jacira. Como são todos evangélicos, ela tinha na mão uma bíblia sempre pronta para ser aberta. Ela abriu, da forma mais casual, e eis o que surgiu: Mateus 14:27. Enquanto Jesus caminhava pelas águas, e os apóstolos se assustavam, Jesus Cristo lhes dizia: “Tranqüilizai-vos, sou eu, não tenhais medo”. Eu acredito que há no mundo muitas coisas que nem todos os livros sagrados de todas as religiões juntos seriam capazes de explicar, tanto quanto tenho certeza de que todos carregam em si uma parte do Todo Inexplicável. Não era Jesus que trazia meu avô para junto de si, era a lei sagrada que não precisa nem de Deus ou qualquer doutrina para ser explicada: tudo que é vivo morre. Pois vivemos num mundo de matéria. É o único caminho certo que temos. Quase cinco anos depois que meu avô morreu, foi a vez de meu pai morrer. Alfredo Simões. Ele não era o modelo mais adequado de pai, mas acho que foi perfeito para mim, porque, ainda que eu nunca chegue a lugar algum, foram as adversidades e medos que tive que fizeram-me como sou hoje. E eu não me sinto nem covarde, nem acomodado, nem descrente, ou melhor que ninguém. Foi a primeira vez que fui a um velório, desde que era muito pequeno. E não derramei sequer uma lágrima por ele. Mas quando vi minha avó Adelaide, mãe dele, chorar, eu pensei e disse à minha mãe que ele teve sorte, pois não viveria sem a mãe dele. E então chorei, pois aquele sim fora um pensamento pesado. Foi depois de tudo isso que comecei a perceber como a vida tridimensional não combina com o tempo bidimensional, e que logo, nada fazia sentido, para tanto, nada deve ser temido. Pensei então que nem ele teve sorte, nem minha avó tivera azar. Ele não morreu porque era a hora dele. Mas por problemas de saúde que poderia ter evitado se fosse um homem mais prudente. Assim como vi com muitas pessoas desde então. Eu percebi que a morte já não me impressionava mais. Não era mais uma sombra desconhecida e temível. Mas uma sombra desconhecida que, já que eu sei que não tenho escolha, espero ser capaz de aceitá-la com boas vindas, para que seja mais fácil. Como professor Dumbledore sabiamente disse, “para a mente bem estruturada a morte é apenas a grande aventura seguinte”, ou “Não há nada a ser temido num cadáver, Harry, assim como não há porquê temer a escuridão. Lord Voldemort, que secretamente teme ambos, discorda.(...) É o desconhecido que nos atemoriza quando lidamos com a morte e o escuro, nada mais que isso.” Em 2003, alguns meses depois da morte de meu pai, ouvi, num filme, uma música que era a seguinte:
Lay down your sweet and weary head/ Night is falling, you have come to journey's end/ Sleep now and dream of the ones who came before/ They are calling from across a distant shore/ Why do you weep? What are these tears upon your face/ Soon you will see, all of your fears will pass away/ Safe in my arms, you're only sleeping/ What can you see on the horizon? Why do the white gulls call?/ Across the sea a pale moon rises/ The ships have come to carry you home/ And dawn will turn to silver glass/ A light on the water, all souls pass/ Hope fades into the world of night/ Through shadows falling/ Out of memory and time/ Don't say we have come now to the end/ White shore are calling/ You and I will meet again/ And You'll be here in my arms, just sleeping/ What can you see on the horizon? Why do the white gull call?/ Across the sea a pale moon rises/ The ships have come to carry you home/ And all will turn to silver glass/ A light on the water/ Grey ships pass into the west. Mantenha baixa sua cabeça doce e exausta/ A noite cai, você chegou ao fim da jornada/ Agora durma e sonhe com aqueles que vieram antes/ Eles chamam, de alguma praia distante/ Por que você chora? O que são estas lágrimas em seu rosto?/ Logo você verá, todos seus medos irão passar/ A salvo em meus braços, você apenas apenas dorme/ O que você pode ver no horizonte? Porque as gaivotas brancas cantam?/ Além do mar surge uma lua pálida/ Os barcos vieram para levá-lo para casa/ E a madrugada se tornará um vidro prateado/ Uma luz sobre a água, todas as almas partirão/ A esperança mingua pelo mundo da noite/ Caindo pelas sombras/ Além da memória e do tempo/ Não diga que agora chegamos ao fim/ Ondas brancas nos chamam/ Você e eu nos veremos outra vez/ E você estará aqui em meus braços, apenas dormindo/ O que você pode ver no horizonte? Porque as gaivotas brancas cantam?/ Além do mar surge uma lua pálida/ Os barcos vieram para levá-lo para casa/ E tudo se tornará vidro prateado/ Uma luz sobre a água/ Barcos acinzentados partem para o oeste.
Acho que por hoje é só. Boa vida, e uma ótima morte a todos nós. Alex Pedro
Quinta-feira, 6 de agosto de 2009, 14 horas e 10 minutos.
Não sei por onde começar, mas deveria? No meio do caos de tanta preocupação e medo, só o que posso dizer é que o fim de todas as coisas está próximo. Deve estar. Talvez seja ele, o fim, que sopra tanto medo a meus ouvidos. Talvez seja seu bafo, maldito bafo, que força essa treta estúpida na mente imunda das pessoas medíocres. Vê a que ponto chegamos nós, humanos. Vê só. Nada adianta ou importa. Não há vergonha ou amor, e a magia está morta, pois que morto está o amor que, de poder, é hoje chamado de sentimento! Nunca mais andarão homens sobre as águas, mas eu sei do que eu vi, e hoje andam sobre cadáveres de irmãos. E riem. Devo eu chorar? Ou devo almejar fazer caminho sobre os corpos destes que andam sobre outros? Mas se fazer isso, farei de meu próprio amor um mero sentimento, e acabarei por fazer de único poder a força terrível e irresistível do rancor! Isso nunca. Jamais. Hei de sangrar-me por estas terríveis desventuras, e sei que um dia estarei eu próprio estirado no meio desta infindável estrada corpos. Sei que se eu mesmo não fizer o mal, outro virá e o fará em meu lugar. Pois que faça. Que venham, pois, as dores. Todas elas. Alex Pedro
No dia 28 de novembro de 2007 eu deveria estar inspirado por algum romance que eu estava escrevendo ou lendo. Claro, pois minha vida sempre foi emocionalmente monótona. Mas escrevi o seguinte: “O Que É O Amor? “Amor é poder ter em quem pensar quando acorda, mais do que na hora de dormir; amor é se esforçar para perdoar aquilo que você jamais faria, pisando no próprio orgulho; “É se sujeitar a ser apenas presença, e fazer de sua uma alegria que não parte de você. Se orgulhar disso. “O amor é pura e simplesmente o amor. Por isso vale a pena. O amor é digno da morte, e mais digno da vida é aquele que morreria por um verdadeiro amor.” Acho que já li reflexões piores sobre o amor, por isso não me envergonho em postar aqui. Mas também não me superestimo, pois sempre fico encantado com a simplicidade com que Joseph Campbell fala sobre o amor em O Poder do Mito: “(...) Então pelos olhos, o amor chega ao coração... Pois os olhos são os guias do coração. Os olhos procuram o que o coração gostaria de possuir. “E quando estão de pleno acordo, e os dois estão em harmonia... Nasce o perfeito amor, que brota daquilo que os olhos tornaram bem-vindos ao coração. “Os verdadeiros amantes sabem: O amor é a perfeita bondade que nasce, sem dúvida, do coração e dos olhos. Esse argumento sozinho parece uma reflexão bonita sobre o que é o amor passional, e porque costumamos olhar tanto para todas as direções, porém, o argumento no qual essa reflexão é feita é fascinante. Bom, deixo, então, duas recomendações: 1 – assistam a O Poder do Mito e 2 – amem alguém verdadeiramente. Alex Pedro.
PÚBLICO ALVO
-
Foi utilizada a tecnologia mais avançada do mundo. Não se economizou
dinheiro no experimento. A criação do animal de estimação perfeito: um gato
falante. O...
Como não ser uma Garota Tumblr
-
A forma mais simples de se dizer como não ser uma Tumblr Girl , é
exatamente ser você mesma e tentar criar seus próprios estilos se
inspirando até mes...
SIMPLES ASSIM.
-
"Muito além da relação estabelecida pelo destino, há uma força inexplicável
! Na maioria das vezes, os laços que unem verdadeiramente 2 pessoas não
precisa...
Uma Rainha Anônima – por Marcolino.
-
Ela era magra, negra fosca, talvez tivesse 52 anos e cerca de um metro e
oitenta de altura. Não poderia dizer o porquê, mas desde a primeira vez que
a vi...
Escritor, Diretor... Escrevo desde os doze anos, atualmente envolvido em um projeto teatral lindo com um grupo maravilhoso; escrevendo disciplinadamente para este blog; contribuindo com contos para o jornal português Horizonte, e com mil outros planos no gatilho.
Gosto muito de ler bons livros, assistir a boas peças e bons filmes, ouvir boas músicas, e degustar boas conversas na companhia de bons amigos. E quem não gosta? ;)